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Sara Cerdas é a relatora do Parlamento Europeu sobre a posição da União Europeia em Saúde Mental. Para a eurodeputada, “ser da Madeira e liderar esta iniciativa é um dever e uma obrigação, já que, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Suicidologia, em 2019, a Madeira registrou a mais alta taxa de suicídio no país”.

“Atualmente, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre os jovens, após os acidentes rodoviarios, mas as pessoas também sofrem muita pressão da sociedade e desenvolvem cada vez mais ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e perturbações relacionadas ao consumo de álcool e drogas. É o caso da Madeira, onde o consumo de substâncias é particularmente impactante em vários grupos da sociedade. A União Europeia pode ter um papel mais ativo no auxílio aos Estados-Membro para combater todos estes problemas, promover a prevenção, através da partilha de guidelines, da discussão de boas práticas e de financiamento próprio.”

A médica de saúde pública no Parlamento Europeu considera que o Observatório de Saúde Mental é uma iniciativa pouco explorada, já que a recolha de dados é praticamente inexistente e “sem dados, as autoridades de saúde atuam às escuras”. Na União Europeia as condições de saúde mental afetam mais de 150 milhões de cidadãos e o principal é atuar na prevenção e diagnóstico precoce mas, por vezes, não chega. “O estigma associado às condições de saúde mental dificulta a procura por ajuda que pode muitas vezes resultar em tragédias” aponta.

De acordo com a eurodeputada do PS, o objetivo desta iniciativa é identificar os grupos vulneráveis, propor políticas de promoção de bem-estar, prevenção, vigilância, diagnóstico precoce e definir aquilo que são as boas práticas em termos de acessibilidade aos cuidados e a melhoria dos sistemas de saúde. Em resposta a uma comunicação da Comissão Europeia, a eurodeputada elabora um relatório que servirá como posição do Parlamento Europeu e que deverá ser apresentado ainda este ano.

Sara Cerdas é a relatora principal do regulamento do Mecanismo de Proteção Civil no Parlamento Europeu, que visa garantir os meios aéreos de combate a incêndios necessários a toda a União Europeia e países parceiros em situações de emergência.

“Só na última semana a Madeira esteve em aviso vermelho devido à subida de temperatura, o que significa um elevado risco de incêndio e a necessidade de mobilização de mais meios de vigilância. A nível nacional, 40% do território está em seca severa e extrema. Situações como estas, que provocam catástrofes e ameaças, vão passar a ser mais recorrentes, em resultado das alterações climáticas. Existe uma falta de preparação da Europa para estes desafios e, por isso, é necessário identificar os problemas e efetuar avaliações de risco mais coerentes, identificando as zonas mais vulneráveis, e formas de coordenar e comunicar”, aponta Sara Cerdas.

A eurodeputada do PS considera que para fazer face às ameaças “precisamos de mais recursos e de financiamento disponíveis, bem como de uma adaptação do quadro comunitário europeu”, uma vez que o financiamento atual “é insuficiente”.

Durante a apresentação do relatório a eurodeputada apelou à avaliação, ainda em 2023, da Decisão 1313/2013 relativa ao Mecanismo de Proteção Civil, por considerar importante compreender e abordar as causas subjacentes das alterações climáticas e da perda de biodiversidade, para reduzir o risco de incêndios florestais; e analisar as lições aprendidas durante a pandemia de COVID-19, bem como o conflito armado na Ucrânia.

O Comissário Europeu com a pasta da Gestão de Crises, Janez Lenarčič, também concordou recentemente com a necessidade de mais investimento na área da prevenção. “Sempre que temos uma crise temos de dar uma resposta e os Estados-Membros não têm mãos a medir. Tem de haver mais investimento para a prevenção, pois qualquer euro investido na prevenção e preparação custa 10 vezes menos do que a capacidade de resposta”, referiu na audição da Comissão de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar (ENVI) do Parlamento Europeu.

O Mecanismo de Proteção Civil da União (UCPM) visa reforçar a cooperação em matéria de proteção civil, a fim de melhorar a prevenção, a preparação e a resposta a catástrofes. Desde a sua criação, o mecanismo de Proteção Civil da União já respondeu a mais de 650 pedidos de assistência dentro e fora da UE. A proposta alarga em 2 anos o período de mobilização, a nível transitório, até que haja uma frota permanente de meios aéreos do rescEU. Sem este alargamento, não haveria meios de apoio a incêndios e a outras catástrofes no próximo ano.

Sara Cerdas está em Genebra, na Suíça, nos próximos dias, para participar na 76ª Assembleia Mundial da Saúde (WHA), em representação do Parlamento Europeu.

Na ordem de trabalhos a eurodeputada destaca a celebração dos 20 anos desde a adoção da Convenção-Quadro da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Controlo do Tabaco, o primeiro tratado internacional vinculante de saúde pública negociado sob as orientações da OMS, no qual Portugal integra. Sara Cerdas aponta que Portugal está na vanguarda das medidas adotadas e que a recente proposta de lei anti-tabaco vai ao encontro das diretrizes europeias e mundiais, com vista a garantir uma geração livre de tabaco até 2040.


“A Assembleia Mundial da Saúde será uma excelente oportunidade para trocar sinergias e experiências acerca das melhores práticas e desafios na implementação de estratégias que visam promover a saúde e o bem-estar. Destaco o objetivo de até 2030 acabar com a tuberculose, as discussões acerca das alterações climáticas e o seu impacto na saúde e a importância da cobertura universal em saúde, como meio para alcançar uma visão de saúde para todos e não deixar ninguém para trás. Precisamos da colaboração de todos para assegurar que estamos mais bem preparados para futuras pandemias e que cumprimos todos os objetivos a que nos propusemos, em especial ao nível de Desenvolvimento Sustentável.”


A 76ª Assembleia Mundial da Saúde (WHA) acontecerá de 21 a 30 de maio de 2023. A Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou as suas atividades em 7 de abril de 1948, há 75 anos, pelo que a ocasião marca também o seu aniversário. O trabalho da 76ª WHA será dividido em quatro pilares correspondentes aos “Triple Billion targets” até 2025, com vista a incentivar a recolha e monitorização de dados. As metas visam estabelecer objetivos e mecanismos para medir e melhor compreender as dificuldades sentidas nas diferentes partes do mundo e para acelerar as melhorias em saúde, ajudando em última análise os países a responder com maior eficácia e a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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